Hoje cortei o cabelo, cortei-o a sério, de verdade, verdadinha, rapei-o.
Estou praticamente careca. Pareço um rapazinho.
Amanhã quando me olhar ao espelho vou gostar mais, e de dia para dia vou me habituar.
Cortei-o por facilitismo, por aceitação, por estar farta de tranças, e tretas para alisar, e ficar com o cabelo dito"normal". É um stress tentar/manter o cabelo assim, é uma prisão. Não tenho feitio, paciência para isso.
Ele não é "normal" e nunca vai ser, é crespo, é muito encaracolado, é carapinha, é afro.
E eu aceitei-o , tenho de o aceitar, tenho de o tratar, para que fique bonito como ele é.
Quando tinha 17 anos no auge da loucura, num dia em que o meu irmão cortava o cabelo dele, pedi que me corta-se também o meu, dessa vez foi a maquina zero. A minha mãe não achou muita piada claro. Ele cresceu, demorou um bocado mas cresceu.
Neste momento não estou preocupada com o seu crescimento.
Estava cansada da preocupação de arranjar sitio/pessoa para me fazer tranças.
Sinto-me livre em todos os sentidos.
Sinto-me bem, estava a precisar de um corte em todos os sentidos.
Quando disse ao Luís que queria cortar o cabelo a sério. Ele disse:
- Quando te conheci tinhas o cabelo bem curto, lembraste?
Já não me lembrava.
Boa semana, a minha começou bem diferente.
Edna Morais*